Pilares do Tear
O TRABALHO TERAPÊUTICO
No TEAR, o trabalho terapêutico feito nos pequenos grupos ou nas sessões individuais é, a cada encontro, trimembrado, ou seja, feito em três momentos distintos, onde se pode atuar em três áreas distintas e igualmente importantes do ser humano: sua forma de se movimentar e agir no mundo, sua forma de sentir e vivenciar seu mundo interno e sua forma de pensar sobre si e sobre o mundo e se compreender. A maioria das terapias tende a privilegiar este último em detrimento dos outros, o que torna os processos de mudança lentos ou mesmo incompletos.
O Movimento e o Brincar
Para as crianças, o primeiro momento da terapia no TEAR é o brincar com o corpo. Em geral a criança, sobretudo a criança pequena, é impulsionada totalmente pela vontade. Ela nunca pára, está o tempo todo brincando, movimentando, transformando. O ato de brincar estimula sua força de ação, e são as brincadeiras saudáveis que nos capacitam, quando adultos, a ter uma atuação volitiva positiva no mundo.
De caráter universal, muitas brincadeiras são provenientes de antigas celebrações de rituais e eram, até o século XVIII, de um modo geral, praticadas entre adultos e crianças, coletivamente. Com o início do processo de industrialização e com o desenvolvimento tecnológico, muitas brincadeiras passaram por um processo de transformação e adaptação, adquirindo caráter infantil e adulto distintos.
Apesar desse processo, as brincadeiras continuam sendo transmitidas oralmente entre as gerações, e constituem um patrimônio de valor inestimável na cultura popular de casa povo. As brincadeiras de rua, por exemplo, enquanto fenômeno sócio-cultural, são muito importantes no desenvolvimento da criança, pois possuem suas regras próprias que ensinam a criança a se relacionar com o outro, impõe limites, desenvolvem competências cognitivas, motoras e afetivas que permanecem presentes no decorrer da vida.
A experiência e a pesquisa indicam que o brincar criativo é que dá às crianças uma base sadia para o aprendizado posterior. É brincando que a criança descobre o mundo e vivencia suas leis. O brincar é, por assim dizer, a sua linguagem. Através do brincar, as crianças expressam seu ser integral pondo corpo, mente, sentimentos e espírito em evidência.
Entretanto, a tendência da maioria dos jardins de infância e escolas, hoje em dia, se concentra na aprendizagem precoce, através da escrita e leitura, da aritmética, do pensar lógico, esquecendo que, além da mente, as crianças possuem também sentimentos e membros, que elas pensam, sentem e agem, e que é principalmente antes dos sete anos que a vontade de agir deve ser fortalecida. As pesquisas atuais não comprovam os benefícios a longo prazo desse enfoque educacional atual, que tem levado muitas crianças ao estresse.
É necessário rever a educação na primeira infância, para se chegar a uma constituição sadia e a uma vida futura de pensamentos e atividades criativas, estimulando e valorizando as brincadeiras como linguagem expressiva das crianças.
Até mesmo os adultos precisam hoje de mais leveza e ludicidade em suas vidas, tão endurecidas pelo materialismo e pelo trabalho em excesso. Na terapia com adultos, este aspecto do movimento, do criativo e do lúdico é vivido dentro do próprio fazer artístico, com a atividade indicada pelo terapeuta.
O Fazer Artístico
O uso das técnicas artísticas na terapia, além de auxiliar no diagnóstico e na exposição e alívio dos processos internos, pode ser mesmo um “remédio” bem específico para cada situação a ser tratada.
Quando o paciente está frio ou endurecido (crianças muito neuro-sensoriais, rígidas, adultos com escleroses, processos cancerosos, reumatismos etc) é necessário trazer calor, e isso pode ser feito com as cores quentes, com a pintura em aquarela, com atmosferas sem formas em giz pastel, com trabalho de transparências com cera de abelha, entre outros.
Já no casos de pacientes que já trazem muito calor (como numa inflamação ou num processo eufórico ou de mania), precisamos fazer o movimento oposto: pinturas menos molhadas, com cores frias, tranquilas, em formas cristalinas, trabalhando mais em profundidade, modelagens de formas claras e bem definidas, desenhos exatos, geométricos, com leis objetivas, cópias de formas arquitetônicas, desenho em preto e branco, desenho de hachura etc.
Pode ser necessário trazer mais luz e leveza para uma pessoa “pesada” ou mesmo deprimida, ou mais peso e gravidade para outra aérea demais, que precisa colocar os pés no chão. Pode ser necessário o movimento e as metamorfoses nos casos de asma, enxaqueca e apatia, ou apelar para as forças formativas quando há nervosismo, histeria ou mesmo doenças psiquiátricas mais graves. Tudo isso pode ser feito através das escolhas adequadas de exercícios artísticos e da condução correta dos mesmos.
O exercício com a arte, neste aspecto terapêutico, principalmente através da pintura e das cores, vai atuar especialmente no corpo astral, das emoções, e mobilizar o sentir do paciente, seja ele uma criança, adolescente ou adulto. Mas assim como temos exercícios específicos para cada sintoma apresentado, temos também exercícios apropriados para cada idade. Essa combinação do que fazer, quando e como, o terapeuta precisa saber com clareza.
A Auto-Observação
A auto-observação e o autoconhecimento são normalmente o principal aspecto enfocado nas correntes usuais da Psicologia, baseadas no pensar e na palavra falada. Também são importantes na terapia pela arte, sobretudo do adulto, mas não as únicas formas de fazer acontecer o processo.
O pensar por imagens é estimulado pelo fazer artístico, e o paciente pode se projetar com mais facilidade e sem resistências numa pintura ou desenho (e se conhecer melhor, consequentemente) do que quando só usa a palavra. É bem mais fácil controlar o que se diz ou se cala do que controlar um pincel com tinta ou um giz que se movem mais livres sobre o papel.
Além do mais, a arte é a linguagem genuína de expressão, sobretudo das crianças, muito mais que a fala, ainda não dominada.
Claro que, da mesma forma que o terapeuta pela arte vê além do que foi projetado nas cores e formas escolhidas pelo paciente, o terapeuta pela fala também escuta além do que foi falado. Ambos precisam, em verdade, de “olhos” e “ouvidos” conscientes e sutis, ao mesmo tempo, capazes de perceber aquilo que é invisível e inaudível. O terapeuta acostumado a lidar artisticamente com essas manifestações do paciente consegue ajudá-lo mais facilmente, justamente por estar mergulhado nesse pensar vivo, enriquecido pelas imagens, menos racional.
Para a criança menor, cujo pensar ainda não alcançou o raciocínio abstrato, são as histórias, lendas, contos de fada e fábulas que fazem o papel que a reflexão tem para o adulto, ao final de uma sessão. E mesmo para os adolescentes e adultos, algumas histórias podem trazer uma visão por outro ângulo da situação trabalhada em terapia. Vivenciar seus sentimentos e pensamentos através dos personagens arquetípicos de contos e fábulas pode dar o distanciamento necessário para o paciente se ver agindo em sua própria vida.
A Pintura
“A pintura é a arte que encerra em si as leis do nosso corpo astral.” (M. Hauschka)
Trabalhar com as cores, seja numa observação-contemplação, ou na pintura, é trabalhar com a nossa alma. A cor na pintura é o portador do anímico-espiritual para dentro do físico-etérico. Vemos que a pintura, principalmente o lidar com as cores dissolvidas em água, relaciona-se com a nossa vida respiratória em todos os níveis. A pintura ativa a vida anímica para cima, nos processos neuro-sensoriais,e para baixo, nos processos mercuriais dos fluidos. Mas além de qualquer análise “científica” das cores, devemos compreender o sentido de cada cor ligado universalmente e individualmente a cada ser…
Para alguém saudável, o mundo das “impressões” deve estar em equilíbrio com a capacidade de “expressão” da alma, que não deixa de se movimentar quando entra em contato com as cores. Se vemos um vermelho, não vemos simplesmente uma superfície neutra pintada dessa cor; sentimos o vermelho como algo que nos ataca, que vem em nossa direção, de tal modo que às vezes sentimos vontade de fugir dele. Já o azul profundo está sempre fugindo de nós, indo mais para longe, e sentimos vontade de ir atrás dele, entrar em sua profundidade. E assim acontece com todas as cores. No arco-íris podemos sentir, ao mesmo tempo, a totalidade de todos esses fenômenos na alma, o que apazigua e acalma. Nosso corpo astral não passa sem se movimentar quando segue as cores, quando as cores nos tocam. Daí a relação da cor com o sentimento, como a própria linguagem reforça: “tudo azul”, “verde da esperança”, “vermelho de raiva”, “roxo de ciúmes”, etc. A cor diluída remete ao elemento água, e faz assim uma amálgama do sentimento que flui com o etérico que vitaliza.
Com esta visão anímica deveríamos também fazer o processo da criação artística. “Artístico” = “pleno”, saudável, que desenvolve faculdades psíquicas superiores. Quando ultrapassamos os sentidos e contemplamos o fenômeno, vemos o espiritual que nele se revela. Quando deixamos de ver a cor como mera “onda física”, quando deixamos de recebê-la apenas passivamente através do sentido da visão, aí podemos nos aproximar do elemento moral-espiritual do mundo, e fazer uma criação realmente artística. Steiner diz: “Este mundo (espiritual) nos inflama quando pintamos. Por trás do mundo físico não há apenas moléculas e átomos, mas seres espirituais… o que aparece na pintura é a reprodução de algo espiritual, uma revelação do mundo espiritual que nos circunda no espaço e nos permeia de fora, e no qual nos encontramos entre o adormecer e acordar”.
Então a alma responde e penetra no interior da cor, trazendo saúde. A imagem ou a superfície colorida que pintamos é apenas o aspecto externo da cor. Quem se inicia na “leitura” da cor, assim como quem passa da forma das letras para o entendimento da escrita, entra no mundo a partir do qual a cor se revela, do qual o artista pode colher seus impulsos e do qual o terapeuta pode buscar seus remédios.
M. Haushcka encerra seu capítulo sobre as cores dizendo:
“Para o terapeuta as cores devem ampliar-se para seres universais, que falam uma linguagem própria: no anímico-espiritual estão as origens da doença, e o mundo das cores é a revelação dessa interioridade, que do contrário permaneceria eternamente fechada à contemplação”.
O QUE É ANTROPOSOFIA?
Antroposofia, que literalmente significa a sabedoria do homem, é uma filosofia de vida que tem algumas características bastante próprias. Como filosofia, reúne o pensamento científico, artístico e religioso numa unidade. Essa separação aparece de forma nítida na História, a partir do Renascimento. Até então, os artistas, sábios e homens de fé procuravam objetivos comuns. Posteriormente, os cientistas passaram a pesquisar a natureza de forma própria, afastando-se da arte e da religião. Hoje considera-se razoável pensar que a natureza tem razões somente lógicas.
A ciência atual não considera o universo e a natureza como obra divina, e nem considera que a natureza possa ter, às vezes, simplesmente razões estéticas. Pois bem: na visão da Antroposofia, o universo é criado e sustentado por forças espirituais. As leis naturais são parte dessas forças. Essas forças criadoras são não somente sábias, mas também artísticas. O Divino é sabedoria e arte.
Mas, a Antroposofia é uma filosofia prática. Por essa razão existe um método científico de estudar a natureza. Não baseia seus postulados em elucubrações teóricas, mas em rigorosas observações da realidade. As afirmações a respeito da natureza são provadas na prática e levadas à prática. Discute todos os postulados básicos da ciência moderna e, partindo dos mesmos fatos concretos e observações próprias, chega a conclusões diferentes das da ciência. Em hipótese alguma nega os achados da ciência, apenas os reinterpreta.
Ora, a separação que ocorreu no mundo ocidental entre ciência, arte e religião, teve sua origem em transformações ocorridas no interior dos seres humanos. Isso significa que o esforço necessário para reunir essas partes não é somente acumular informações, mas antes de mais nada, implica em uma séria transformação de si mesmo na maneira de pensar, na vida afetiva, na vida religiosa, na vida prática, pessoal e social.
Onde e como começou a Antroposofia
É um movimento científico que começou no início do século XX como resposta às necessidades mais profundas da época atual. Foi fundada por Rudolf Steiner (1861 – 1925) e depois ampliada com a colaboração de cientistas, artistas, educadores, agricultores, sociólogos e pessoas religiosas de todas as áreas.
Rudolf Steiner era um filósofo austríaco que se destacou pela sua enorme sensibilidade e inteligência. Em sua juventude teve a tarefa de compilar toda a obra de Goethe, e descobriu que ali havia um método de observar a natureza que poderia revolucionar a pesquisa científica. A inteligência de Goethe (um dos QI mais altos da história da humanidade), aliada ao seu gênio artístico, tocaram profundamente a alma de Steiner que afirmou que a sua vida era a continuação da obra goetheana. Steiner escreveu obras fundamentais de filosofia, economia, ciência e proferiu inúmeras palestras dos mais variados temas: medicina, agricultura, educação, arquitetura, etc.
Hoje em dia pensamos que as grandes transformações da ciência devem vir da mente de cientistas, que as grandes transformações na área da educação devem surgir na alma dos educadores e assim por diante. Como um filósofo poderia dizer a um médico o que é medicina? Pois bem, se esse filósofo mostra que nos baseamos em idéias errôneas, logo mostrará que a nossa ciência tem erros também. Na história surgem gênios que têm o dom de recriar áreas muito amplas do conhecimento por irem nas bases fundamentais. A nossa ciência se baseia em pensadores como Kant, Descartes, ou na lógica aristotélica. Se provamos que essas bases estão incompletas então teremos que refazer a ciência desde o início.
Uma das razões fundamentais pelas quais a Antroposofia não é tão conhecida é justamente porque exige bastante daquele que a ela se dedica. Os diversos movimentos espirituais surgidos no mundo têm, em primeiro lugar, atingido um maior número de pessoas fora dos meios acadêmicos. Quanto maior o estudo de uma pessoa nas escolas oficiais atuais, maior tende a ser a sua resistência em aceitar a necessidade de se espiritualizar ou de trabalhar com a sua sensibilidade. Entretanto, o número de profissionais que querem humanizar a sua atividade cresce cada dia mais.
Na visão científica atual, as obras de sabedoria da Antiguidade são vistas como se fossem escritas por pessoas ingênuas. A linguagem religiosa de muitas obras é vista como se fosse o balbucio que precede a fala científica moderna, madura e clara. Mas, quando estudamos o assunto com mais profundidade, notamos que essa linguagem espiritual dos antigos é, antes de mais nada, a superação da linguagem científica, que ganhou em nitidez, mas perdeu em abrangência e sabedoria.
Dentre as diversas profissões que se orientam pela Antroposofia, temos a Pedagogia Waldorf, a Psicologia, a Agricultura Biodinâmica, a Economia, a Arquitetura, a Medicina, a Farmácia, a Terapia Artística, a Massagem Rítmica, a Quirofonética,a Cantoterapia, o trabalho da Biografia entre outros.
A Terapia Artística Antroposófica
Esta é uma prática que surgiu como fruto do trabalho conjunto de Rudolf Steiner e Ita Wegman, numa clínica terapêutica na Suíça, em 1923. Steiner já indicava a pintura como terapia e a partir daí outras atividades artísticas foram também sendo usadas de forma terapêutica com os pacientes da clínica. Houve então a necessidade de se “proteger” essas atividades como uma nova profissão com enorme aplicação no futuro. M. Hauschka percebeu isso e “sistematizou” a terapia artística.
A terapia artística é uma das áreas de atuação da Antroposofia, que é uma ciência espiritual que se interessa tanto pelos processos físicos abordados pelas ciências naturais, como também por todos os processos que não são materialmente mensuráveis (os supra-sensíveis).
Pensar por imagem é um exercício comum a todos nós que lidamos com arte. Mas para o terapeuta artístico é a forma principal de se pensar. Fazemos uma imagem da pessoa que nos chega (o que lhe falta, o que é saudável para ela, o que ela precisa), fazemos uma contra-imagem (onde queremos chegar com o processo terapêutico), e buscamos, imaginativamente, exercícios artísticos adequados para que o processo de alcançar a nova imagem possa acontecer. É importante lembrar que uma característica importante desse processo é partir da situação em que o cliente se encontra para ir, aos poucos, em direção ao que ele precisa.
Então é necessário que o terapeuta artístico compreenda quais são as forças que atuam atrás daquela patologia ou sintoma que o cliente apresenta; precisa entender também quais as forças são mobilizadas com cada exercício artístico – é claro que para cada pessoa uma mesma atividade artística atua de forma específica, mas existem formas arquetípicas básicas comuns a cada uma delas – e, por fim, o terapeuta precisa estudar também qual é a tarefa artística mais adequada para aquele ser, naquele momento, com aquela biografia, com aquela patologia.
O caminho da exercitação antroposófica (consequentemente, o trabalho do terapeuta artístico) não tem nenhum processo misterioso como pode parecer quando falamos do anímico-espiritual. Consiste apenas numa “intensificação” do pensar, do sentir e do agir comuns, partindo de vivências conhecidas de todos, só que praticadas com mais consciência.
Então, observando o paciente imaginativamente, inspirados para senti-lo na sua essência (livre das nossas simpatias e antipatias), teremos a consciência do caminho de exercícios artísticos terapêuticos para fazer com ele, para que este “paciente” possa se tornar “agente” das suas próprias mudanças. Pois as mesmas forças criativas que ele usar para modelar, pintar, desenhar, serão as forças que irão ajudá-lo a reestruturar a sua saúde, a reestruturar seu corpo físico-etérico, seu corpo das emoções e seu ser espiritual (este último, inclusive, nunca adoece, mas precisa ser mobilizado para atuar nos outros corpos).
Além da medicina, da psicologia, da psicanálise, a terapia ocupacional também investigou como as produções artísticas dos pacientes poderiam ser analisadas ainda com ênfase no diagnóstico, na estética ou no “fazer”.
Só na segunda metade do século XX que a arte-terapia, a arte-educação e a terapia ocupacional começaram a dar mais importância à expressão espontânea das imagens, passando a utilizar a arte para todos os tipos de pacientes, não só os doentes mentais. Abordagens cognitivas, comportamentais, sistêmicas também eventualmente passaram a usar processos artísticos criativos em suas práticas.
Terapia Artística (pintura, modelagem, desenho, música, cores, tecelagem) – baseia-se no fato de que as mesmas forças criadoras utilizadas na atividade artística atuam internamente como força curativa. A compreensão dos elementos como cor, forma, volume e movimento e a relação com profunda de todos esses elementos com a imagem do homem, têm um grande potencial terapêutico.
(Trechos do texto explicativo produzido pelo Grupo de Apoio às Iniciativas Antroposóficas GAIA-RJ)